AS QUATRO ESTAÇÕES – 10

O PRIMEIRO VERÃO

Esta capa do Papagaio nº 699, que chegou às mãos dos seus leitores em 2/9/1948, marca o início da breve colaboração de José Garcês (então ainda nos primórdios da sua carreira) com a revista que apresentou em Portugal um dos maiores heróis da BD europeia.

As saudades de Tintin (que “desertara”, poucos meses antes, com armas e bagagens, para o Diabrete) ainda se faziam sentir, mas a redacção d’O Papagaio procurava minorar essa ausência recorrendo a novos e brilhantes colaboradores, como Garcês, José Ruy, Artur Correia e Vítor Silva, cujos trabalhos deram um aspecto renovado e mais airoso à revista, naquela que seria a sua última fase como publicação independente.

Garcês com cerca de 24 anosAliciado por projectos mais ambiciosos, em jornais como o Camarada e o Lusitas, que reclamavam também os seus préstimos e talentos, Garcês demorou-se pouco tempo no semanário infantil mais antigo e garrido dessa época (em comparação com O Mosquito e o Diabrete), mas soube inspirar-se nas suas linhas mestras… como ilustra esta capa dedicada à primeira infância, em que o jovem artista (que só seria pai dali a alguns anos) não precisou de modelo para retratar o gorducho petiz que brinca tranquilamente na areia, gozando, pela primeira vez, as delícias da praia e do verão.

Julho, animado e soalheiro, prelúdio das férias sempre tão desejadas, é também um mês especial para o decano dos autores portugueses de BD, pois foi no dia 23/7/1928, em plena canícula do estio, que veio a este mundo.

Juntando-se aos seus familiares e amigos, e à grande legião dos seus admiradores espalhados por todo o país, O Gato Alfarrabista aproveita esta oportunidade para felicitar calorosamente José Garcês por mais um aniversário, desejando-lhe as maiores felicidades e novos êxitos numa carreira que ainda está longe do fim.      

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